Ex-jogador da Chapecoense é reverenciado pela Alesc e fala de sua história de superação
Neto foi um dos seis sobreviventes da maior tragédia da história do futebol brasileiro
Neto foi um dos seis sobreviventes da maior tragédia da história do futebol brasileiro
A história de superação e de coragem de Hélio Hermito Zampier Neto, 38 anos, repercutiu em sessão ordinária no Parlamento catarinense.
Conhecido como Neto, o ex-jogador da Chapecoense, que foi um dos seis sobreviventes da maior tragédia da história do futebol brasileiro, foi homenageado com uma moção de congratulação entregue pelo deputado Antídio Lunelli (MDB), autor da iniciativa.
Durante a suspensão da sessão ordinária, depois da Ordem do Dia, o ex-jogador fez uma breve manifestação a respeito do atual momento de sua vida, lembrando o episódio trágico que marcou a sua caminhada e destacando que hoje a sua missão é levar a palavra de Deus. “Com Deus e fé no coração tudo é possível. Que as dificuldades nos fortaleçam”.
Luta pelas famílias
“Sou carioca, Moro em Chapecó e sou apaixonado por Santa Catarina. Agradeço,
humildemente, a todos por esse reconhecimento. Sai da periferia do Rio já velho
para o futebol, com 18 anos. Sempre atropelei as adversidades. A vida é assim.
Temos que ter fé, Deus está conosco. Com 18 anos, já era velho para o futebol.
Tenho Deus no coração. Ele que faz as coisas para nós. Sou uma casa em
construção, a nossa obra só termina quando se encerra. Tudo é difícil. Mas é
notório, que perder todos os amigos como perdi, foi o maior peso, a maior
dureza que passei pela vida. Me fez pensar e repensar”, revelou.
Ele destacou que a
mensagem que gostaria de destacar nesta manhã é que todos devem viver com
propósito.
“Não vivam por
viver. Deus escolheu cada um a dedo. O propósito faz todos superar
as adversidades. Escolhi viver com propósito”.
Em seu depoimento,
o ex -jogador disse que escolheu contar a sua história para resgatar a fé
na vida das pessoas. “Não posso me vitimizar. Nunca quis ficar famoso por
conta de uma tragédia. Deus me deu um novo rumo, novos objetivos. Hoje levo a
palavra dele e busco justiça para as famílias que ainda estão desamparadas”,
narrou.
Neto destacou ainda
que hoje luta pelas famílias das vítimas que ficaram desamparadas. “Essa é
outra prioridade que temos”, confessou.
Neto agradeceu pelo
reconhecimento, afirmando que essa homenagem é a sua família e a todos que se
foram na tragédia da Chapecoense. “Deus nos dê sabedoria. Tudo que
vivemos é passageiro e hoje sou um servo de Cristo”, pontuou.
Exemplo de fé e de coragem
Para o proponente da homenagem, deputado Antídio Lunelli, Neto é um homem de
muita fé, de superação e de resiliência.
“Neto é um
verdadeiro sobrevivente, salvo por Deus. Essa é uma justa homenagem também às
vítimas fatais e aos demais sobreviventes. Essa tragédia será marcada
para sempre na história do futebol mundial. Neto orgulha todos os
catarinenses”, disse o deputado Lunelli, observando que apesar das adversidades
e tristezas, o ex -jogador sempre mostrou determinação e coragem. “É um
exemplo de superação, inspirando pessoas a enfrentar os desafios da vida, com
fé, persistência”, afirmou.
Manifestações
Todos os deputados presentes na sessão se manifestaram propositivamente a
respeito da homenagem ao ex-jogador Neto. A emoção tomou conta da sessão. Para
o presidente da Casa, deputado Mauro De Nadal (MDB), o Parlamento abraça e
endossa esta iniciativa do deputado Lunelli. “ É um reconhecimento para um
homem que virou exemplo de coragem, de superação e de resiliência para todos os
catarinenses”, destacou o presidente.
Para lembrar
A vida de Neto nunca mais foi a mesma depois do dia 29 de novembro de 2016.
Nesta data, o avião que transportava a delegação da Chapecoense para o jogo de
ida da final da Copa Sul-Americana, na Colômbia, caiu nas proximidades de
Medellín. Na aeronave estavam jogadores, comissão técnica, dirigentes e
jornalistas. O grave acidente aéreo ceifou a vida de 71 pessoas. Apenas
seis pessoas sobreviveram e Neto era um deles.
A tragédia teve
repercussão mundial. Chapecó, cidade no Oeste catarinense, sede da Chapecoense,
chorou. Santa Catarina e o Brasil ficaram em choque, em luto.
Em 2018, a Aeronáutica Civil da Colômbia concluiu a investigação e confirmou que o combustível do avião não era insuficiente para o voo entre Santa Cruz, na Bolívia, e a Colômbia. O acidente ocorreu por falta de combustível, como consequência da falta de gestão de risco apropriada por parte da Lamia. Sem ter combustível, os motores do avião pararam de funcionar, e a aeronave planou até colidir e cair.
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